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January 4th, 2010

Tira nº 378 – CiEL#0193

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Para os que precisam de um background detalhado, eis alguns dados sobre a tira.

António e Bruna são um casal feliz, mesmo que tal não transpareça no breve momento da sua vida em comum que aqui é capturado.

António foi abusado sexualmente por um tio, durante boa parte da sua infância. Da infância de António, note-se. Durante algum tempo, e dada a tenra idade com que começaram os abusos, António não culpou o tio pelo sucedido. Na verdade, na sua adolescência e início da idade adulta, ele ia tendo uma agitada vida repleta de constantes relações homossexuais e heterossexuais, não sabendo, ele próprio, se se haveria de considerar bissexual ou bicurioso com tendência homo ou hetero.

A indefinição, no entanto, levá-lo-ia a consultar um psicólogo. A dra. Carolina concluiu que António era um heterossexual, cujas perturbações da sua infância dificultavam a definição da sua persona sexual, mas a Ordem dos Médicos avisou-a que poderia ser apedrejada em praça pública caso considerarasse algum processo de “cura” que eliminasse uma tendência parcial de António para ter relações homossexuais, já que isso iria despoletar reacções em todos os que aí vissem o rotular da homossexualidade como “doença”.

As sessões com a dra. Carolina prolongaram-se durante três anos, ao fim dos quais António faria uma escolha: a de procurar relações sexuais com mulheres (só voltaria a ter relações com homens em estado de embriaguez total). A dra. Carolina ficou contente com o modo como o longo processo decorreu, e o facto de se tratar de uma “escolha” ilibou-a completamente de qualquer “cura” intencional da orientação sexual difusa de António.

António, no entanto, continuava a sofrer depressões e pesadelos constantes, onde via o tio aparecer-lhe e a dizer que “qualquer dia lhe ia ao befe outra vez” e “eu bem sei que tu gostas”. A dra. procurou ajudá-lo, e, depois de uma dúzia de sessões e medicamentos muito fortes, conseguiu fazer António perceber que a culpa pelo que sucedeu no passado não era sua e que o tio era um homem mau – um criminoso, aliás, por se ter aproveitado dele enquanto menor, com a agravante de se vestir de pai natal quando o chamava para o seu colo.

Ao transpor toda a culpa para o tio, António recuperou o equilíbrio emocional perdido na infância. Marcou um encontro com o tio, dizendo que lhe queria devolver a chave inglesa que tinha levado emprestada, e matou-o com 53 golpes da ferramenta desferidos friamente no crânio, enquanto cantarolava “Old Main Drag”, dos Pogues (é uma canção muito bonita). A chave inglesa era um modelo Dexter barato, com abertura de 35 mm, comprado no AKI de Alfragide. A dra. Carolina ajudou António uma vez mais, ao demonstrar em tribunal que ele era inimputável, e que ser abusado pelo pai natal na infância só resulta em adultos mentalmente sãos em 0,1% dos casos.

Depois de ter feito correr sangue, e de um breve período num hospital psiquiátrico, em Figueiró dos Vinhos, António arranjou um novo emprego e conheceu Bruna, a futura mulher, numa noite de copos no Bairro Alto. Mas, depois de um período em que a relação dos dois foi um verdadeiro mar de rosas, António voltou a padecer de uma depressão profunda, agravada pelas constantes acusações por parte da mulher, que o chamava diariamente de “fraco” e “coninhas de merda”.

António voltaria à dra. Carolina, que concluiria que o paciente não estava 100% livre dos traumas provocados pelos abusos do tio/pai natal. E o facto de estar a viver com uma mulher dominadora, com personalidade mais forte, agravava a situação. A dra. levou a cabo um tratamento, cujo registo seria publicado em inúmeras revistas científicas, recebendo aplausos da comunidade médica, que consistia numa forma de expurgar a culpa e de, definitivamente, eliminar fantasmas do passado: António deveria abusar de outrem vestido de pai natal (não era ele que se vestia, não sei se se percebe bem). Mas, dado que o abuso sexual era punido pela lei, teria, naturalmente, de haver consentimento: uma encenação ou jogo sexual de submissão.

E assim chegamos ao dia de hoje, em que António e Bruna fazem sexo anal regularmente. Com ela vestida de pai natal na posição passiva, António pode assim “retribuir” os abusos de que foi vítima, conseguindo, se deus quiser, um dia vir a curar-se.

É preciso é que ela colabore, raisparta!

Isto foi só para demonstrar como é melhor apreciar as tiras sem preocupações elípticas!

Creio que não tinha presente esta campanha (muito bonita) da Phone-ix quando concebi esta tira, mas pareceu-me que não fazia mal nenhum em incorporar uma pequena referência praticamente imperceptível num cantinho, em cima da cómoda.

Tags: amor, chicotes, chicotes com godemichés, godemichés, homens nus, igualdade, lube, mulheres nuas, natal, pai natal, pénis, relações, seios, tesouras de camarão, traumas de infância

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3 comentários a “Tira nº 378 – CiEL#0193”

  1. jorge escreve:
    January 4th, 2010 11:05

    Adormeci a meio…. A Carolina é a dona dos bicos á direita? O pai natal está detrás daquela cortina a pensar se aquele godemichÊ é o XXL que lhe faltava há umas tiras atrás?

  2. CiEL escreve:
    January 4th, 2010 11:14

    Parafraseando Frank Booth no BLUE VELVET de David Lynch: “Santa Claus?! Fuck that shit! Baby Jesus!”

  3. vasco escreve:
    January 18th, 2010 22:49

    menos pixas por favor

Comente, vá lá. É de borla.

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