Tira nº 63 – CiEL#0035
Não sei se já tinha dito que fumar na cama é uma nojaça?
Entretanto, depois de alguma pesquisa, descobri de onde surgiu o hábito do cigarrinho depois da queca. Consta que em Chicago (Illinois, EUA), nos anos 30, numa época socialmente conturbada, os encontros amorosos tanto de agentes da lei com as suas senhoras, como de gangsters com as suas pegas, eram particularmente fugazes, isto é, despachados. O normal era olá – pumba pumba – bom, então vou andando.
Reza a história que uma menina ou senhora – não está claro se era a mulher de um polícia ou alguma namorada de um mafioso carente pela sua atenção – se lembrou desse expediente. Nessa noite foi assim: olá – pumba pumba -… Mas quando ele está a vestir as calças e diz o “vou andando”, ela lembra-se de sugerir: “Então vais já, nem fumas um cigarinho?” E o gajo, “hã? um cigarro agora?”. “Pois, vá lá, ajuda a, hmm, descontrair antes do trabalho.” Assim ele encostou-se mais cinco minutos e fumou o cigarro.
O hábito pegou rapidamente, mas muitos homens preferiam fumar o cigarro depois de voltarem para casa, ou no bar clandestino para onde corriam, onde se gabavam das suas proezas sexuais e descreviam os atributos das suas conquistas aos amigalhaços, antes de partirem para destruir a boite de um gang rival ou para metralhar alguém numa barbearia.
Imaginem se a menina se tivesse lembrado de sugerir “olha, bebe um whiskey antes de ires”. Quem sabe, hoje se pegasse na garrafita depois do sexo. A questão é que, mesmo que a alguns de nós pareça mais lógico emborcar qualquer coisita (antes, depois, durante – mas cuidado que o whiskey arde um pouco na derme mais sensível), na altura (até 1933) o álcool era um bem tão raro quanto proibido – ou talvez mais proibido do que raro – que nem todos queriam ter em casa. Já os cigarritos não eram nada mal vistos. Imagine-se.